quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Nabokov / Lolita


LOLITA, UMA OBRA-PRIMA DE VLADIMIR NABOKOV


Lolita é uma expressão que se popularizou através do livro homônimo de Vladimir Nabokov, bem como a gíria ninfeta. Muitas pessoas ainda não conhecem tal relíquia literária e esse pequeno texto é um convite para começarem essa leitura imperdível.


lolita-capas.jpg Diversas capas do livro Lolita
“Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta. Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita. Será que teve uma precursora? Sim, de fato teve. Na verdade, talvez jamais teria existido uma Lolita se, em certo verão, eu não houvesse amado uma menina primordial. Num principado à beira-mar. Quando foi isso? Cerca de tantos anos antes de Lolita haver nascido quantos eu tinha naquele verão. Ninguém melhor do que um assassino para exibir um estilo floreado. Senhoras e senhores membros do júri, o item número um da acusação é aquilo que invejavam os Serafins – os desinformados e simplórios Serafins de nobres asas. Vejam este emaranhado de espinhos[...]“
Lolita é um dos romances mais polêmicos de todos os tempos, já que a história gira em torno de um tema mais polêmico ainda: a pedofilia. Como a maioria das pessoas, também considero um dos crimes mais abomináveis que alguém possa cometer. No entanto… no entanto, o livro foi escrito de tal modo que a maioria dos leitores não consegue sentir raiva do narrador e pedófilo, Humbert Humbert, um homem de 35 anos que se apaixona por Lolita, uma garota de 12, que apesar da sua pouca idade não é tão inocente.
O livro escrito por Vladimir Nabokov em 1955, foi responsável por originar 2 gírias de cunho sexual: “lolita” e “ninfeta“, termos bastante recorrentes na obra. Foi adaptado ao cinema em 1962, pelo diretor Stanley Kubrick,e uma outra versão cinematográfica de Lolita foi feita pelo diretor Adrian Lyne em 1997, ainda não assisti essa última, mas afirmam ser bem diferente da versão de Kubrick.
450.jpg Cena do filme Lolita, versão de 1962, do consagrado diretor Stanley Kubrick
Esse é mais um dos livros que li mesmo depois de ter visto o filme anteriormente, o que não estragou e nem “matou” minha ansiedade em ler com meus próprios olhos, de ter minha própria interpretação da história. A escrita de Nabokov é muito sofisticada, o sofrimento do personagem Humbert é tamanho que o leitor se compadece dele diante das provocações de Lolita.
Uma sucessão de acontecimentos trágicos e às vezes hilários, se sucedem no livro enquanto Humbert tenta esconder suas verdadeiras intenções com a nymphet. Ele chega a se casar com a mãe de Lolita, para ficar mais próximo do seu real objeto de adoração e obsessão. Lolita é um misto de romance, drama e suspense. Recomendo muito a leitura desse verdadeiro clássico mundial.


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