terça-feira, 28 de junho de 2016

Por que você precisa ler Svetlana Alexievich, a nova Nobel de literatura?



Por que você precisa ler Svetlana Alexievich, a nova Nobel de literatura?

Ricard San Vicente, tradutor, e Jaume Bonfill, editor, explicam por que autora deve ser lida


W. M. S.
Madri 8 OUT 2015 - 18:11 COT

A jornalista e escritora bielorrussa Svetlana Alexievich recebeu nesta quinta-feira o Prêmio Nobel de Literatura. Uma autora pouco conhecida,com poucos títulos traduzidos ao português, mas que é decifrada por seu tradutor e editor na Espanha
Ricard San Vicente (Tradutor):

Quem é Svetlana Alexievich?

É uma boa combinação entre jornalismo e literatura. Uma escritora da Bielorrússia crítica em relação ao seu país e à antiga União Soviética, e também em relação a situações importantes que afetam sua nação e outros países, como o Afeganistão.

Por que lhe deram o Nobel?

É um reconhecimento de seu trabalho documental. Onde acaba o trabalho jornalístico e começa o literário.

Por que vale a pena ler sua obra?

Se alguém tem interesse na ex-União Soviética, é preciso ler seus livros. Esse é o tema central de sua obra, seu material, sem a intervenção dos analistas. Em seus livros destacam-se os depoimentos de mulheres soviéticas que sobreviveram à Segunda Guerra Mundial, a catástrofe de Chernobil, em 1986, o colapso da antiga URSS e a ferida moral dessa sociedade através de diferentes fatos históricos. Além disso, a problemática do Afeganistão. Vozes reunidas de uma forma especial que chegarão ao coração dos leitores.

Quais livros recomenda?

A Guerra Não Tem Rosto de Mulher, sobre os depoimentos de mulheres soviéticas que sobreviveram à Segunda Guerra, Vozes de Chernobil e oTempo de Segunda Mão. E O Fim do Homem Soviético, sobre o drama socialista.

Jaume Bonfill (editor de Vozes de Chernobil)

O Nobel premiou uma jornalista revolucionária. Svetlana Alexievich vai além da crônica habitual, de livros de não ficção. Traz depoimentos onde as pessoas dão sua versão sobre os diferentes dramas da antiga URSS. Faz uma nova abordagem, não é exagerada nem sensacionalista. É a voz humana sem restrições.

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