quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Dez erros na academia: é isso que não deixa emagrecer


Dez erros na academia: 

é isso que não deixa emagrecer

De não ter paciência com os resultados a desdenhar dos pesos. Evite esses hábitos para se desfazer dos quilos a mais


Alterne 'sprints' com ritmos mais pausados. / GETTY
Mesmo decidindo começar o curso com bons hábitos, não vamos à academia, e, mais uma vez, o tempo passou. Não apenas não perdemos os quilos que queríamos como ganhamos alguns a mais. Não há tempo a perder, de hoje não passa: visto a roupa de fitness e vou à sala dos equipamentos. Esteira, bicicleta, abdominais para uma barriga tanquinho, oblíquos para ter de volta a cintura e alguma classe de aeróbica para perder peso rápido: zumba? Spinning?... Por que não as duas? É assim que pensamos ao perceber que a roupa da temporada passada não serve mais. Não suportamos o aumento nas medidas. Esse é o primeiro erro: achar que podemos, de um dia para o outro, praticar esporte por horas a fio. Mas não é o único erro. Aqui vão as dez falhas mais comuns nas academias, as que freiam a evolução física.
1. Pagar adiantado. Cristian García, diretor técnico do centro de eletrofitness e fisioterapia BodyOn, alerta sobre o risco dos “contratos-cadeado” nas academias, que obrigam ao pagamento, comparecendo ou não, mesmo com atestado médico. “Antes de decidir se fica ou não na academia escolhida, é preciso se informar sobre o plano de treinamento que vai ser proposto, saber se vai ter o acompanhamento periódico de um treinador e as datas de avaliação. Temos que escolher um lugar próximo do nosso local de trabalho ou de casa, ou vamos querer largar na primeira oportunidade”, diz.
2. Pensar que veremos resultados surpreendentes em algumas semanas. Esse é um erro que evita o emagrecimento, porque gera frustração. Como afirma Ángel Merchán, diretor da empresa de treinamento pessoal Homewellness, há dois problemas aqui: “O primeiro é que o corpo precisa de tempo para se adaptar aos estímulos do treinamento e produzir melhoras, e o segundo é que com essa mentalidade vamos nos desmotivar rápido, ao não ver os resultados esperados, e vamos querer largar. Os efeitos são observados em três meses (serão significativos) e dependem do condicionamento físico que a pessoa já tinha”.
3. Treinar menos de dois dias por semana. Ou não ter regularidade. Aqui se trata de ter constância na forma de se exercitar. Segundo Beatriz Solís, treinadora de fitness e gerente de uma das academias femininas da rede Curves, a chave está nos bons hábitos e na regularidade. “Em nossos centros recomendamos 30 minutos, três vezes por semana. São necessárias de 10 a 12 semanas para criar o hábito e, a partir daí, mantê-lo: essa é a chave do sucesso”. Cristian García diz: "É preciso programar os dias e as horas para ir treinar, fazendo dessa atividade uma rotina sagrada”. Ángel Merchán acrescenta: “Depende de cada pessoa; o Conselho Norte-americano de Medicina Esportiva (ACSM, na sigla em inglês) recomenda no mínimo três dias por semana de exercício cardiovascular vigoroso e dois dias de força. A partir disso, cada pessoa deve adaptar a quantidade de exercício e sua intensidade ao seu nível e a suas circunstâncias pessoais. Pela minha experiência, com dois dias por semana é possível conseguir resultados, mas o ideal é chegar a 4 ou 5”.
4. Ficar apenas nos abdominais para tentar a barriga tanquinho. Não dá para achatar a barriga fazendo 100 abdominais por dia. “Exercitar uma área determinada não ajuda efetivamente a perder gordura nessa área, é o que demonstram vários estudos. Melhora o tônus e a força. Para afinar o abdômen é preciso perder gordura, e para isso é preciso fazer um treinamento focado no gasto calórico, combinado a uma alimentação adequada, que gere certo déficit calórico, ou seja, gastar mais calorias do que as que são ingeridas”, diz Ángel Merchán.
5. Comer o que o treinador pessoal manda. “Temos que manter sempre uma dieta equilibrada e variada e fazer cinco refeições por dia. Todo mundo sabe quais são os alimentos que não servem (açúcar, gordura ruim, álcool...)”, afirma Beatriz Solís. E se é substancial o peso a perder, o caminho é ir a um especialista, mas nunca deixar que um treinador prescreva a dieta. "No geral (ainda que não todos), nós instrutores esportivos temos noções de nutrição, mas não somos profissionais em algo tão delicado como isso. Pode ser contraproducente”, analisa Cristian García, que prossegue: "Aconselho cuidado com os produtos oferecidos na academia para queimar gordura, eliminar líquidos ou aumentar a massa muscular, que podem comprometer órgãos internos [consulte antes um médico]. Não troque uma refeição por um shake por muito tempo”.
6. Fugir dos pesos: “Isso é para os bombados”. Ángel Merchán explica que nos processos de perda de peso, além do treinamento cardiovascular para queimar calorias e da alimentação adequada, é preciso treinamento de força. Isso ocorre porque a melhora da massa muscular acelera o metabolismo, que se desacelera com a perda de peso e o déficit calórico. Assim, o emagrecimento se torna sustentável. “Fazer somente exercício aeróbico [esteira, correr, caminhar…] não ajuda a aumentar o metabolismo, que é o motor que queima a gordura do corpo. Um treinamento completo de força e aeróbico é o que vai permitir um corpo harmonioso”, diz Beatriz Solís.
7. Supervalorizar a força. “O peso levantado deve estar adaptado a nossa força, de modo a podermos executar o exercício da maneira tecnicamente correta. Contorcer-se no aparelho ou com os pesos só aumenta o risco de lesão, sem trazer melhor resultado”, alerta Ángel Merchán. “Um grupo muscular tem a força que tem. Quando mudamos de posição para levantar mais é porque o músculo em questão não aguenta e busca a ajuda de outros para completar o movimento. Para empinar os glúteos, exercícios como os agachamentos, o peso morto e o hip thrust (levantá-los da posição deitada) são perfeitos”, afirma.
8. Manter a mesma intensidade na bicicleta por 40 minutos.As esteiras e as bicicletas ergométricas podem ser ótimas ferramentas para treinar. O importante é o que é feito com elas. Por exemplo, como descreve Ángel Merchán, o treinamento contínuo (40 minutos na bicicleta no mesmo ritmo) tem menos eficiência para a perda de gordura que mudar de ritmo ou fazer sprints. "Se queremos ‘modelar’, fazemos exercícios de força depois do aquecimento e antes do cárdio, com uma aula coletiva como zumba ou spinning”, afirma. Nisso é preciso considerar com atenção o que diz Cristian García, da BodyOn: “Temos que escolher uma aula coletiva de acordo com nosso rendimento. Muita gente vai para o spinning sem estar fisicamente preparada para isso”.
9. Não se alongar depois do treino. “Conhecendo as lesões de longo prazo provocadas pela falta de alongamento depois do exercício, ninguém pode hesitar nem por um segundo em se alongar. É recomendado fazer alongamento mantendo por 20 segundos a posição de tensão, sem trancos. Atividades como ioga e pilates integram o trabalho de flexibilidade às rotinas e podem ser interessantes como complemento do treinamento cardiovascular e de força", indica Ángel Merchán. “Os alongamentos ajudam a aliviar a tensão muscular, melhoram a mobilidade a longo prazo e permitem à musculatura se regenerar mais rapidamente. Isso aumenta em cerca de 19% os benefícios do treinamento”, afirma Beatriz.
10. Praticar sempre a mesma rotina, e não descansar. Um erro muito comum é manter a mesma rotina de treino por excesso de tempo. Na opinião de Ángel, o corpo se adapta e para de melhorar. "Temos que variar o treino a cada 4 ou 6 semanas, no máximo. Outro erro frequente de pessoas que estão bastante em forma e treinam habitualmente é não descansar. O corpo precisa parar para assimilar o treino. Sem repousar uma ou duas vezes por semana, há o risco de supertreinar, obtendo o oposto do que se quer e piorando a condição física.”



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